O papel representado pelo CIO nos dias de hoje possui duas vertentes que derivam de uma mesma fonte – a Tecnologia da Informação, porém com dimensões distintas de representatividade: a estratégica e tática.
Enquanto seu papel estratégico está centrado na criação de valor através da Tecnologia da Informação, provendo alinhamento entre negócios e tecnologia, identificando oportunidades de melhorias em seus processos e modelos de operação e gestão, seu papel tático esta em gerir eficientemente os recursos tecnológicos, a fim de garantir disponibilidade, qualidade e agilidade, tanto no desenvolvimento de aplicações, quanto na manutenção evolutiva de seus legados em alinhamento com as mutantes necessidades de negócio.
O sucesso nos negócios está cada vez mais atrelado a como as informações fluem pelas “veias” corporativas, que por sua vez são construídas pela Tecnologia da Informação.
O atual papel do CIO deve ser cada vez mais ficar em contato, interagir com seus colegas de áreas de negócio, outros C*Os, absorvendo e entendendo os processos de negócio, suas necessidades atuais e futuras, realizando suas prioridades estratégicas, assim como trabalhando em conjunto na formulação do planejamento estratégico corporativo e das áreas de negócio.
A estratégia passou de uma simples referência a ser seguida para um desafio real de geração de valor para a empresa. Não basta “somente” manter a empresa funcionando. É preciso gerar diferenciação, vantagem competitiva tanto para produtos e serviços, como para unidades de negócio, quanto para a empresa como um todo, seja pela redução de custos em função do aumento da eficiência em processos de negócio, quanto pela aplicação de tecnologias inovadoras que mudam a maneira como as atividades e tarefas são feitas.
Neste contexto podemos destacar os 10 principais desafios do CIO para 2010-2011, a saber:
- Alinhar-se aos objetivos corporativos e ao modelo de negócio
- Conciliar planejamento e capacidade de inovação em curtíssimo, curto, médio e longo prazo
- Gerir os recursos financeiros e recursos humanos, parceiros e fornecedores, projetos e demandas, dentro de padrões excelentes de governança e compliance e a partir de indicadores de negócio
- Controlar custos e orçamentos e ser capaz de demonstrar o valor gerado e protegido
- Usar a tecnologia disponível orientado a resultados tangíveis
- Conseguir desenvolver redes colaborativas eficientes e extrair valor dos dados não estruturados
- Adequar-se e/ou obter consenso na relação capacidade de entrega X velocidade de entrega demandada pelos clientes internos, desenvolvendo alternativas confiáveis de produção e gestão do pipeline de TI (gestão da capacidade X contingências de produção)
- Priorizar a produção e gerir eficientemente o backlog de demandas do negócio e dos diversos clientes internos, com clara visão do que é estruturante, do que é quick-win e do que é inovador
- Prover visibilidade e transparência dos projetos a seus clientes internos, comunicando-se com eficiência, na linguagem do negócio
- Prover consistência com a máxima flexibilidade possível, sem colocar em risco a segurança
Os CIOs de hoje devem ter suas cabeças voltadas para a estratégia, porém com seus pés firmemente plantados em bases solidas de operações. A preocupação com a demonstração do valor gerado e protegido deve ser uma constante. Neste universo de demandas crescentes e cada vez mais complexas e críticas para a organização, o CIO se colocar em cheque diariamente em temos de capacidade produtiva e de entregas, assim como de gestão e transparência. Cenário difícil, sem dúvida. Mas é esse o novo job-description para quem quer ser CIO, um Super-Cio.