Os 10 Mandamentos da TI Estratégica

O uso eficaz da TI e a integração entre sua estratégia e a estratégia do negócio, hoje em dia, são fator crítico de sucesso essencial para as empresas.

O caminho para o sucesso não está mais relacionado somente ao hardware e o software disponíveis, ou ainda com as metodologias de desenvolvimento e gestão vigentes, mas fundamentalmente com o alinhamento e a integração da TI com a Estratégia Corporativa, a partir de Processos, Dinâmicas de Valor, Ritos de Governança e Indicadores.

Vamos aos 10 Mandamentos da TI Estratégica:

1. Compreenda o Peso e o Papel da TI no seu Ecossistema

  • Compreenda o papel da TI no seu ecossistema competitivo, setores e mercados de atuação e sua real possibilidade de gerar e proteger valor corporativo, potencializar resultados, mitigar riscos, aumentar competitividade e maximizar sua reputação;
  • Compreenda como a Alta Gestão da Companhia (e da matriz, se multinacional) – de executivos ao CEO ou dono, em empresas familiares – trata a TI em termos de valor estratégico e capacidade de agregação ao negócio. A TI é somente suporte? Está no core do negócio? É meio ou fim? A área participa das reuniões e decisões estratégicas? A tecnologia é demandada na concorrência de mercado, pelos clientes? É dessas conclusões que sairá o real papel da TI para a empresa no presente e no futuro;
  • A TI agrega potencial inovador? A empresa trabalha com tecnologias emergentes ou somente maduras? Qual o perfil de adoção da TI pela empresa.

2.Posicione-se Corretamente na Arquitetura Corporativa. Estratégica, Tática, Operacional?

  • Identifique as principais necessidades e expectativas dos clientes e fornecedores (internos e/ou externos);
  • Identifique e compreenda o real impacto (positivo ou negativo, de negócio ou de suporte) que a TI tem nas diversas áreas / departamentos internos, assim como no atendimento, satisfação e percepção de valor de cada stakeholder;
  • Posicione-se de forma a ter uma clara proposta de valor para cada público de relacionamento e serviço, qualificando e tangibilizando de forma explícita as entregas dessa proposta de valor e os meios e rotinas habilitadoras para tal.

3. Governe (-se)

  • Conheça sua cadeia de valor, as expectativas em torno da TI como Área e como Prática e defina papéis e responsabilidades claras e objetivas para com todos os seus stakeholders internos e externos;
  • Garanta um estreito alinhamento estratégico. A TI deve suportar, viabilizar, diferenciar e potencializar as áreas de negócio e as áreas de suporte;
  • Estabeleça, agregue consenso e realize de forma sistemática a aferição dos Indicadores de Performance das atividades técnicas, produtivas e gerenciais prestadas pela TI para o negócio (áreas fim e áreas meio) e seus stakeholders internos e externos, bem como para os processos core da própria TI;
  • A adoção de Melhores Práticas (padrões golden-standard), assim como a aquisição de certificações de alto valor percebido, reconhecidas pelo mercado, ajudam a tangibilizar a eficiência e confiabilidade da TI e provêem maior credibilidade aos processos gerenciados, atividades desenvolvidas e para a própria área/departamento;
  • Estabeleça e formalize modelos adequados e conhecidos de definição e aferição dos níveis de serviços (SLAs) e atendimento (SLMs);
  • Faça a Gestão do Budget da área procurando tangibilizar o retorno dos investimentos em aspetos tangíveis e intangíveis para a empresa (ótica de impacto nos negócios e seu impacto percebido pelos stakeholders);
  • Trabalhe na dimensão ótima entre CAPEX e OPEX procurando os melhores modelos de valor, resultado, controle de riscos e eficiência operacional para a companhia (ex: nível de terceirização, investimentos em segurança, adoção de novas tecnologias móveis, digitalização de processos de negócio, etc), sem perder de vista as políticas internas, graus de liberdade, cultura corporativa e pressões existentes;

4.Garanta Transparência Rotineira Acima de Tudo

  • Compartilhe conhecimento e informações sobre suas principais atividades, projetos, prazos, regras e políticas de forma clara e objetiva para quem de direito;
  • Dados e informações técnicas, por mais relevantes que sejam, nem sempre são compreendidas por seus públicos de relacionamento. Disponibilize informações adequadas e relevantes às necessidades e compreensão de seus agentes de relacionamento e ofereça o suporte de profissionais capacitados, sempre que necessário.
  • Exerça seu posicionamento demonstrando alinhamento e transparência com o direcionamento estratégico corporativo e com particularidade e contexto de cada stakeholder de interação e serviço.
  • Estabeleça canais, fóruns, redes, comitês e ambientes de comunicação e colaboração com seus stakeholders. Mantenha recorrência e reforce a importância da participação ativa de todos os envolvidos, estabelecendo rotinas e feedbacks continuamente.

5.Gerencie e Planeje Sua Capacidade Produtiva com Efetividade

  • Planeje as necessidades de recursos de forma alinhada às diretrizes estratégicas de curto, médio e longo prazos;
  • Desenho workflows, integre os processos
  • Estruture uma rede de parceiros e fornecedores homologados capazes de suprir suas necessidades e urgências sazonais e esporádicas;
  • Priorize projetos, investimentos e focos de esforços de acordo com regras claras, aprovadas e consensadas por todos os seus clientes (internos ou externos);
  • Antecipe gargalos produtivos, comunique, negocie e implemente soluções de contingência que supram as deficiências momentâneas.

6. Mantenha o Equilíbrio entre o Delivery e a Pesquisa & Desenvolvimento (Inovações)

  • Mantenha o foco no atendimento de seus clientes e demandas acordadas, mas não deixe de manter um núcleo com pessoas que estão fora do dia a dia produtivo para que possam pensar, analisar, pesquisar e propor soluções inovadoras e proativas a seus clientes e demais públicos de relacionamento;
  • Crie e fortaleça parcerias com Institutos de Pesquisas, Universidades, Empresas de Tecnologias e outros pólos de inovação potencial, a fim de que se disponibilizem silos de colaboração entre os profissionais da empresa e o mercado;
  • Se tudo e todos trabalham para cumprir prazos de entregas (expiradas ou não)… algo está errado, ou vai ficar. Equacione o Curto Prazo com o Médio e Longo Prazo.

7.Sempre que Possível Antecipe

  • Desenvolva e aplique modelos preditivos e relacionais. Aplique nas dimensões da gestão da capacidade e da gestão de riscos. Instrumentalize o modelo de gestão da TI, incorporando-os às melhores práticas e modelos de governança vigentes;
  • Falhas no dimensionamento de esforços, recursos, tempos para execução, investimentos, etc devem ser comunicadas sempre, antecipando impactos em escopo, prazo e custos para os stakeholders envovlidos;
  • Antecipe e negocie sempre, pois o resultado é sempre melhor do que justificar e contingenciar.

8.Esteja Sempre Próximo às Suas Áreas-Cliente

  • Mantenha analistas de negócio inseridos e participativos no dia a dia das operações de seus clientes, conhecendo suas dinâmicas, conhecendo suas perspectivas e contextos;
  • Desburocratize o acesso e o relacionamento das áreas clientes com a TI, uma vez que proximidade e compreensão das necessidades e particularidades do negócio geram melhores resultados para ambos;
  • Crie formas, canais, ambientes e redes contínuas para o compartilhamento de informações, conhecimento e decisões relevantes durante todo o processo de atendimento aos clientes.

9.Marketing e Comunicação Também se Aplicam à TI. Mostre seu Valor

  • Estruture processos que captem as principais vitórias e conquistas da área de TI e divulgue-as em canais online e offline, sempre, com uma linguagem adequada aos públicos de relacionamento;
  • Identifique o valor gerado pela TI, pesquise os impactos derivados de suas ações e projetos e os contextualize sob a ótica de negócios para os públicos de interesse.
  • O que não é percebido não tem valor.  Via de regra, podemos identificar e categorizar o valor da TI em Geração e/ou Proteção de Valor. Crie maneiras de identificação e classificação de suas entregas e processos de forma a mostrar a o valor protegido e gerado pela TI para a empresa e seus stakeholders;
  • Lembre que valor é algo atribuído por um terceiro a um produto ou serviço que oferece algum tipo de utilidade funcional. Sopa de letrinhas, indicadores técnicos ou explanações complexas sobre tecnologias, sistemas etc valem para a Área de TI, mas a grande maioria de seus clientes internos (e, obviamente externos) não as entendem e, portanto, não percebem valor… Adeque a linguagem e a forma ou então continuará a não ter a valorização devida.

10.   Eficiência e Eficácia Devem Andar Juntas

  • Enquanto a eficiência está relacionada aos aspectos internos da atividade de TI, a sua adequada utilização dos recursos e do parque tecnológico, a eficácia está associada à confrontação dos resultados dos projetos e práticas de TI (software, hardware, serviços) com os resultados do negócio da empresa e os possíveis impactos na sua operação e estrutura. Ambos são necessários e mutuamente dependentes.

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