O ano que chega traz a crise a tira-colo. E com ela, os cortes orçamentários. TI está na ordem da faca. Nossas estimativas (estudo anual E-Consulting “Investimentos em TI”) apontam que 2009 será um ano de leve retração nos investimentos corporativos em TI – algo em torno de 4% sobre 2008.
2009 não será o ano da renovação do parque de sistemas, não será o ano do investimento corporativo em tecnologias convergentes, não será o ano da inovação em tecnologia. Será, sim, o ano de ajustes estruturais. A faxina pega carona na crise. É assim que funciona, porque isso faz sentido em épocas de crise.Crise é sinônimo de escassez, menos, incerteza, futuro curto. Crise é oportunidade de mudar, de implementar cortes que se pretende fazer há tempos, de jogar fora o que não presta, de otimizar, racionalizar, reduzir, maximizar…
As tecnologias que estarão ecoando poder em 2009 serão aquelas que conseguirem fazer parte de projetos que entreguem basicamente 2 coisas à empresa: redução de custos operacionais e aumento de performance/produtividade (ou seja, fazer mais com menos, ou com o mesmo), porque é isso que se consegue – e deseja – enxergar em períodos de futuro curto.
Nesta toada estão projetos de revisão da infra-estrutura e da arquitetura de sistemas, capazes de trazer leveza aos processos corporativos com maior performance. Portanto, virtualização e SOA, por exemplo, podem dominar bons investimentos.
A governança corporativa e seus processos de gestão de riscos, controle orçamentário, otimização de compras e, principalmente, (out)sourcing de serviços, infra, desenvolvimento, ou ambos, será peça-chave nesta equação de fazer mais com menos. TI precisará dizer a que veio com linguagem de negócio e isso quer dizer mostrar o valor que gera para a empresa e para o acionista. 2009 será, como antevimos no começo de 2008, o ano da Gestão do Valor da TI.
Outro foco importante que a TI assumirá com maior propriedade é seu papel de esqueleto sustentador dos processos corporativos. E isso é importante porque TI está se tornando processos. A potência máxima do motor da performance operacional da empresas está na qualidade da arquitetura, modelagem, automatização, gestão e, principalmente, utilização da tecnologia nas tarefas do dia a dia, economizando tempo, recursos e insumos. Fazer mais com menos é a essência da produtividade. E isso é TI turbinando processos corporativos. Portanto, upgrades e roll-outs de ERPs, supply-chain e projetos com cara de EIS, capazes de gerar conhecimento e informação útil, pronta e instantânea, serão bem-vindos.
Também veremos a TI multiplicando os benefícios da comunicação corporativa interna e com os stakeholders externos assumindo papel cada vez mais relevante. Aplicações de CRM, projetos de Web Corporativa (portais, redes sociais, interatividade, etc) e mobilidade, dentre outros, serão importantes instrumentos de aceleração da performance nas empresas.
Porque é disso que estamos falando. Inovar com TI tem mais a ver com empresas que têm na TI seu core-business, seja como componente fundamental de seus produtos/serviços, seja como produto/serviço mesmo. E esse universo de empresas é muito restrito (ex. telecom, eletro-eletrônicos, TI, internet, e-commerce, call center, etc).
Para a grande maioria das empresas, TI tem que ser enxergada principalmente como fermento da produtividade e da performance superior. E isso não é exatamente gerar resultado (ex. ROI), mas sim gerar valor, compreendido na redução do opex, na agilização dos processos internos de operação e decisão, no aumento da segurança da informação, nos ganhos trazidos pela geração, tratamento, disponibilização e armazenamento de informações e conhecimentos úteis para o negócio e nos ganhos de flexibilidade e comunicação entre os agentes internos da empresa e destes com seus stakeholders externos.
Estamos finalizando nosso estudo anual 7 Hot Techs 2009. O papel dele, que será divulgado pelo IDGNow! em primeira mão, é apontar quais tecnologias serão efetivamente relevantes para os negócios em 2 anos. Este artigo, ao contrário, tem como missão ser a bússola dos investimentos que fazem sentido em TI para 2009. E, como podemos ver, não haverá reinvenção da roda… e nem dos bits e bytes.