Para se coordenar várias equipes ao mesmo tempo, trabalhando em projetos diferentes – uns mais simples e outros complexos, com tempos de execução diferentes – e ainda assim fazer com que tudo saia no prazo estipulado e com o custo estimado, é necessário que o gestor de TI tenha acesso fácil e rápido a todas as informações importantes para o andamento de cada projeto.
A falta dessa coordenação pode gerar grandes custos operacionais para as organizações, pois o grande desafio da gestão é o conjunto de forças que agem no projeto, tais como o grande volume de demanda por informações (quando disponíveis, geralmente em diferentes formatos ou níveis de profundidade e confiabilidade), a capacidade de adaptação às mudanças de escopo do projeto demandadas pelo usuário e o modo de trabalho de cada cliente (interno ou externo).
Dessa forma, a maneira mais rápida para se ter acesso às informações necessárias para o sucesso de um projeto é através da própria tecnologia, dentre as quais podemos citar algumas famosas, como EIS, KM, CRM, ERP, BI, Portais Corporativos, Intranets e Extranets. Sem dúvida, essas tecnologias/ambientes/plataformas estão se tornando comuns e podem trazer – quando associadas a modelos de uso e gestão maduros – resultados gerenciais muito positivos para as organizações.
Assumindo o parágrafo acima como verdade, podemos dizer que sistemas deste tipo podem resolver diversos problemas de qualquer organização, inclusive no que tange à gestão de pessoas; mas isso não é verdade absoluta.
Entendemos que a tecnologia, mecanicista por definição, nada mais é que um meio e, como tal, ajuda a captar e gerar informações com agilidade, a controlar variáveis teoricamente complexas, a coordenar ações e entregas e a alcançar outputs, dentre outros. Entretanto, a tomada de decisão ainda é prerrogativa humana. Em essência, são as pessoas que desenvolvem e administram os projetos.
Uma pesquisa realizada pela E-Consulting Corp., em Agosto de 2008 com 129 profissionais do setor de TI que tomam decisões nas organizações, mostra que 57% deles se valem mais do instinto – e não das informações – no momento decisivo, do que os modelos estruturados de informação. Em outras palavras, feeling, insights e experiência tendem a contar mais do que dados e conhecimento.
Quando uma empresa é contratada ou demandada a executar um projeto de TI, geralmente se organiza para poder entregar o maior resultado possível com o menor número viável de recursos, tempo e dinheiro, ou seja, equilibrar o “ter melhor performance” com o “atender melhor ao cliente”.
Este é um paradigma básico, pois leva ao tradicional realizar mais com menos. E como bom paradigma, esta questão pode ser formulada em uma função, dotada de seu ponto ótimo – no caso, o de equilíbrio – mais lucro com maior satisfação do cliente –, alcançado combinando e ponderando diversas variáveis – algumas externas, mais macro, outras relativas à dinâmica de cada empresa, outras de caráter humano, culturais ou ainda intrínsecas ao projeto e sua natureza em si.
Coordenar tudo isso e ainda extrair e entregar valor é o que um gestor competente de projetos de TI deve ser capaz de fazer, quando coordena suas equipes e gerencia suas empreitadas.
Os coordenadores de equipes precisam ter em suas mãos equipes coesas e, ao mesmo tempo, heterogêneas, ou seja, cada equipe tem que funcionar como uma orquestra, em que todos conheçam seu papel e o que tem que fazer – mas cientes de que são papéis diferentes, com características, às vezes, incomparáveis.
Um bom exemplo para representar um bom gestor de TI é compará-lo a um maestro, que não precisa aparecer, mas tem que fazer com que a equipe desempenhe afinadamente, sem maiores problemas.
Para tanto, muitas vezes é pelo meio de percepção no trabalho e o olhar aguçado em outros pontos, mesmo que aparentemente sem qualquer relacionamento com a rotina, que o gerente essencialmente técnico sai de cena e entre o gerente que precisa conhecer de negócios e de gente, com capacidade de gerenciar os recursos através das informações captadas.
Dessa forma, a liderança em TI está relacionada cada vez mais à gestão de pessoas e de negócios, e não somente focada na tecnologia em si.