Olhar Direto – Julho, 2010
O comércio eletrônico de produtos de consumo, automóveis e do setor de turismo na América Latina e Caribe deve alcançar US$ 69,7 bilhões em 2011. A projeção é da empresa de pesquisas E-Consulting, que estima um crescimento médio anual do varejo on-line da ordem de 19,4% entre 2003 e 2011 na região.
O levantamento mostra que, dentro da área analisada, o Brasil representa o maior mercado de comércio on-line, com 45% do montante estimado, seguido do México, da Venezuela, da Argentina, do Chile e da Colômbia que, juntos, representam 35% da soma dos volumes de transações on-line, enquanto os demais países têm participação de 10%.
Somente no Brasil, as estimativas apontam para um faturamento de R$ 10,7 bilhões no comércio on-line de bens de consumo em 2010, ante os R$ 9,2 bilhões registrados em 2009. O setor de turismo, por sua vez, deverá gerar R$ 5,2 bilhões, frente a R$ 4,5 bilhões, enquanto o movimento do automobilístico passará de R$ 8,1 bilhões para R$ 9 bilhões.
A empresa prevê ainda o aumento de 27% na quantidade de compradores on-line no país neste ano, atingindo 16,9 milhões. Apesar dos avanços, a base de consumidores ainda é pequena na internet, segundo avalia o sócio-fundador da E-Consulting, Daniel Domeneghetti.
“O Brasil é historicamente visto como um país propício ao comércio eletrônico. Mas ainda tem um volume muito baixo de compradores. Grande parte disso se deve à situação de renda dos brasileiros. Muitos, ainda estão na fase de realizarem pela primeira vez a compra de certos produtos, que antes não podiam comprar. Mas temos muito potencial”, afirma Domeneghetti.
Por outro lado, o aumento da renda do brasileiro e o maior acesso da população à banda larga e aos meios eletrônicos têm colaborado para a melhoria nos resultados do comércio on-line, segundo a análise da E-Consulting.
Os investimentos das grandes varejistas nas operações on-line, o aumento da participação das pequenas empresas no e-commerce e políticas de financiamento ao consumidor on-line também foram citados no levantamento como drivers do setor.
“Mas vale lembrar o e-commerce nacional ainda é um canal dos grandes varejistas. Os pequenos ficam de fora do meio digital”, ressaltou.
Na análise por segmento, a pesquisa mostrou ainda que, dentro da categoria Bens de Consumo – a mais representativa do comércio eletrônico varejista no país – o campeão de vendas são as mídias, onde estão incluídos produtos como CDs, DVDs e games.
Somente no primeiro semestre deste ano, as mídias movimentaram R$ 1,91 bilhão, superando o segmento de saúde e beleza (R$ 1,88 bilhão) e os livros e periódicos (R$ 1,65 bilhão).
“(O avanço dos últimos anos) é fruto da combinação de alguma redução das barreiras psicológicas da compra e também da maior participação dos consumidores de classes C e D”, afirmou Domeneghetti.
Dentre as tendências desenhadas para o comércio eletrônico brasileiro está a utilização das redes sociais apenas como canal de relacionamento com os consumidores e não para vendas. “Internautas têm se mostrado relutantes a abordagens comerciais em redes sociais”, afirmou a pesquisa.
Além disso, a E-Consulting prevê que os aparelhos móveis serão cada vez mais utilizados para as compras on-line ou como meios de comparação e que haverá uma falta de profissionais nesse mercado.
“Em 2009 a procura por profissionais especializados já superou a oferta do mercado e em 2010 esta tendência deve ficar ainda mais evidente”, concluiu a pesquisa.
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