Portal Estadão PME – Março, 2014
De olho no turista que quer economizar com passagens aéreas ou simplesmente fugir da confusão dos aeroportos brasileiros no período de Copa do Mundo, o site Netviagem lançou em março um aplicativo para facilitar a compra de passagens de ônibus.
Disponível para Android e IOS, o app de mesmo nome é gratuito e tem versões em português, inglês e espanhol.
Nele, o cliente escolhe as cidades de origem e de destino, a data desejada e aparecem as opções de horários ofertadas pelas empresas de ônibus. Em um mês foram feitos 1086 downloads, sendo 82% no sistema Android e 18% no IOS.
O site vendeu 3 milhões de passagens no últimos três anos, alcançando R$ 140 milhões em vendas. O negócio agrega 49 companhias de ônibus que atendem a 1.800 cidades-destino. Atualmente há 1,3 milhão de usuários cadastrados
Para lançar o produto, foram investidos R$ 500 mil nos canais de comercialização da companhia. A decisão visa principalmente alcançar o mercado aquecido pela Copa do Mundo. A expectativa é de aumentar 50% a venda nas cidades-sede no período do evento.
De acordo com o CEO do Netviagem, Alberto Graciano, turistas vão optar pelo ônibus para fugir dos altos preços das passagens aéreas e da falta de infraestrutura dos aeroportos. “Tem empresa que vai praticar preços absurdos. Aí o turista naturalmente vai migrar para transportes mais adequados”, afirma.
O empresário garante que não vai haver aumento de preço no transporte rodoviário, devido às normas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Em outubro de 2013, a agência autorizou reajuste de 6,98% em rotas interestaduais de longa distância (mais de 75 km). Segundo a ANTT, não há previsão de reajuste até a Copa.
O Netviagem acredita que a adesão maior será de turistas que forem se deslocar entre cidades-sede no Sudeste e de pequenos municípios ao redor das capitais que vão receber os jogos.
A decisão de investir no comércio online de bilhetes de ônibus veio da aposta na ampliação do número de brasileiros viajantes, especialmente com a migração das classes D e E.
Com o aumento de renda da população, quem não tinha como pagar viagens passou a ter um poder de compra maior. O CEO Alberto Graciano acredita que ainda há margem de expansão no setor. “A gente vê no futuro crescimento de uma foram muito consistente e forte”, declara.
De acordo com a E-Consulting, empresa que realiza anualmente o Índice do Varejo Online (VOL), deve haver crescimento de 22,63% no comércio eletrônico Brasileiro em 2014, comparado a 2013. A estimativa é que o setor movimente R$ 53,1 bilhões. O número de consumidores deve aumentar 19% este ano, chegando a 44 milhões.