Contribuições à Tese da Enterprise 2.0

Países Emergentes, Redes Sociais, Crise Financeira, Convergência e a Geração Y têm sido apontados como alguns dos “elementos pertubadores da ordem social corporativa”.

Neste artigo não iremos discorrer sobre como esses “desafios” se transformam em “oportunidades”. O objetivo aqui é discutir como esses “elementos”, associados a essa tal Web 2.0, têm sido responsáveis por uma profunda e, ainda assim, imperceptível, ruptura nos modelos de gestão.

A Tese da Enterprise 2.0 – Tentativa Inicial de Explicar a Nova Era 2.0

O conceito de Empresa 2.0 se origina do artigo Enterprise 2.0, escrito por Andrew McAfee em 2006 no Sloan Management Review. O pesquisador defende que algumas tecnologias 2.0, quando utilizadas para propósitos corporativos, têm o potencial de transformar a estrutura, a cultura e a maneira pela qual as informações fluem na empresa e, portanto, o modo pelo qual as decisões são tomadas.

Atualmente essa é a tese mais popular e que melhor explica a relação entre algumas das novas tecnologias 2.0 e seu impacto nos modelos de negócio. A tese foi comprovada por pesquisas realizadas por Instituições de renome, como a McKinsey & Company (How companies are benefiting from Web 2.0) e a Frost & Sullivan (The Impact of Collaboration on Business Performance), além de estudos nacionais, como os da E-Consulting Corp. (Web 2.0 e o Consumidor 2.0;

Gestão do Conhecimento 2.0; Redes Sociais, Comunidades e a Gestão dos Stakeholders Corporativos) e da DOM Strategy Partners (Empresas 2.0 e os Modelos de Negócios; O Novo Marketing; O Novo RH), que encontraram correlações entre a utilização de algumas tecnologias baseadas na Web 2.0 e a capacidade de inovar das empresas.

Melhorando a Tese

No SRC (Strategy Research Center), think tank de estudos estratégicos do Grupo ECC, estamos revisando algumas dessas pesquisas e as incorporando a algumas de nossas próprias pesquisas para tentar compreender o impacto “desses agentes” sobre as empresas brasileiras.

A Web 2.0, por definição, tem um componente social muito forte e, portanto, qualquer discussão acerca da evolução dos modelos de negócios deve ser capaz de incorporar os demais membros do ecossistema de uma organização. Dentre esses membros, temos percebido que os Usuários e os principais elos da Cadeia de Suprimentos são aqueles com necessidades e desejos mais prementes de se inserirem de forma colaborativa no negócio da empresa.

Em nossa forma de entender, o conceito proposto por McAfee foca excessivamente sobre os colaboradores e, poderia ser melhorado com a incorporação de alguns dos conceitos cunhados pelo SRC, em especial o Usuário 2.0, o Consumidor 2.0 e o Supply Chain 2.0 (Link: https://e-consultingcorp.com.br/midia/ultimos-artigos/web-2.0-mudanca-inexoravel/?searchterm=2.0 ).

Além disso, outra percepção que emerge em nossas pesquisas é que a evolução para a Empresa 2.0 esbarra no medo da mudança e nas arquiteturas, hierarquias e processos estabelecidos. Para as empresas os obstáculos não são mais tecnológicos, mas sim associados à cultura, transparência e aversão ao risco dos principais executivos e ao custo da mudança em si.

Questões relacionadas à segurança e dificuldade em se estimar ROI dessas iniciativas também têm sido apontadas. Os obstáculos são tão importantes que alguns dos principais benefícios oriundos das tecnologias 2.0 não estão sendo apropriados pelas empresas brasileiras, tais como: redução de custos associados a interações com stakeholders, substituição de canais, geração de informação e conhecimento específico, gestão mais eficiente de projetos, dentre outros.

Naturalmente, tais conclusões são apenas propositivas e não pretendem ser definitivas. Dessa maneira, convidamos todos nossos leitores a juntar-se a nossa discussão e contribuir com suas opiniões.

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