Podemos citar que os conceitos e modelos de trabalho têm mudado muito nestes últimos dez anos. Com a adesão das empresas à Internet e a evolução da Tecnologia da Informação, o mundo coorporativo começou a ter acesso a muito mais informações; com isto, as empresas, que trabalhavam suas estratégias para Era da Informação, logo passaram a ter que se preparar para o paradigma do valor intangível.
Cientes que seus bens mais valiosos são as pessoas – e não a produção, os processos ou mesmo as tecnologias – as empresas se forçaram a integrar mais estrategicamente ao planejamento corporativo suas áreas de RH (Recursos Humanos), hoje em dia denominadas, por alguns, de TH (Talentos Humanos).
Atualmente, é discurso recorrente nas empresas o tema qualidade de vida dos funcionários. Com isso, o conceito Home Office, possibilitado pela mobilidade e pela convergência de tecnologias da informação e comunicação, tem sido bastante abordado, uma vez que consegue alinhar as tendências de evolução da TI e da Internet, às exigências dos modelos mais modernos de gestão de pessoal e ao benefício da possibilidade de construção de redes de colaboração e valorização de recursos humanos.
A chegada do mundo wireless multimídia, multiformato ao mundo operacional das empresas só incentiva essa tendência, uma vez que permite o trabalho remoto de qualquer lugar, a custos baixíssimos.
A Era do Conhecimento oferece aos profissionais a possibilidade de trabalharem em empresas onde podem ter autonomia e acesso às tecnologias que fazem parte de suas vida, se relacionamento de forma mais transparente com elas.
A evolução desse contexto está levando o conceito de Home Office a algo mais similar ao que definimos como Anywhere Office, uma vez que as pessoas podem trabalhar na praia, nas montanhas, em restaurantes, aviões, aeroportos, cafés ou mesmo em movimento, com seus smartphones, além de suas casas.
Se a Internet tem permitido o Home Office (ainda que embrionariamente no Brasil), as tecnologias Mobile e Convergentes permitirão o Anywhere Office em larga escala.
A justificativa para o máximo interesse nesse modelo de operação em redes é que este modelo, além de mais flexível e learning (no conceito de Peter Senge), de fato tenderá a trazer maior facilidade e economia às pessoas e empresas. A sociedade está mudando o modelo de vida e perfil de demandas das pessoas e suas organizações sociais – independente de finalidade – também.
Infelizmente, no Brasil, o acesso à tecnologia ainda é caro e os impostos são altos para produtos importados e até nacionais (vide liderança global em consumo de pirataria, por exemplo). Porém, isto vem mudando paulatinamente e a inclusão digital propiciada pelos celulares – e que será altamente exponenciada pelas TVs interativas, quando massificadas – construirão um modelo particular de adesão maciça à convergência e ao Anywhere Office.
Os números mais recentes mostram que os brasileiros têm aderido aos novos padrões e formatos da Internet e a prova disso é o aumento considerável de brasileiros em comunidades virtuais no mundo, liderando boa parte das mais relevantes, além da excelente performance em tempo de navegação e variedade de interesses e utilização de serviços online.
Assim sendo, o conceito Anywhere Office deverá se tornar uma realidade mais forte no mundo e, particularmente no Brasil à medida que as empresas possam auferir benefícios comprovados do modelo a riscos menores, principalmente com a flexibilização das leis trabalhistas, realidade ainda bastante aquém da velocidade de transformação causada pelos avanços tecnológicos e até pelo barateamento das tecnologias.
As novas gerações já começam a vivenciar este conceito. Muitos profissionais da geração Y – o futuro da alta gestão das empresas em 10 anos – operam sob a realidade de que o local em que se produz, em si, não é tão relevante, mas sim o acesso aos melhores arsenais de conhecimento, suporte e monitoramento de valor agregado (do tipo coaching, mentoring, etc) que o farão produzir mais e melhor, com maior liberdade e em menor tempo.